22/06/2024, 10:15 h
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DESPORTO
Por Pedro Queirós
COMENTÁRIO DESPORTIVO
No futebol, há várias formas de chegar a um mesmo objetivo. Cresci num tempo dourado para o Barcelona, onde Guardiola modernizou o tiki taka que aprendeu com o seu “professor” Johan Cruijff. Numa obsessão pela posse de bola, aquela equipa usava o passe curto e rápido como forma de chegar à baliza. Os jogadores posicionavam-se em triângulo para facilitar as trocas de bola e era raro ver alguém queimar linhas em posse, a progredir com a bola vários metros.
A base desse Barcelona foi o suporte da seleção espanhola que, primeiro com Luís Aragonés e, depois, com Vicente Del Bosque, dominou o mundo e ganhou dois europeus e um mundial de forma consecutiva.
A Espanha de 2024 tem um novo rosto, Luis de la Fuente, e princípios de jogo completamente diferentes. O jogo da Espanha frente à Croácia parecia uma aula para quem não percebe nada de futebol e quer saber o que faz cada um dos jogadores dentro de campo, tendo em conta o local onde se posicionam.
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Os centrais usam a força para incomodar e desarmar o adversário; os laterais fecham o espaço; um médio mais central é o equilíbrio da equipa; os outros dois médios procuram ligar-se com o ataque e tentam ser mais um apoio na finalização; os extremos jogam à largura e tentam desequilibrar e o ponta de lança joga na área para estar perto da baliza. Simples. É como colocar as peças num tabuleiro. As dinâmicas fazem com que estas peças se movimentem, mas sem nunca perder esta base.
A Espanha teve menos posse de bola que o adversário, algo que surpreendeu a todos. Acabou, até, com um índice de golos esperados abaixo da Croácia. E venceu 3-0.
É impossível saber o que vai ser desta Espanha. Mas despertou curiosidade. Principalmente por, em 2024, uma das melhores seleções do mundo, recheada de jovens, parecer jogar com táticas escritas a caneta numa folha de papel com cheiro a anos 80.
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