Clube 1.º de Maio de Figueiró Pequenas notas históricas (XXII)

A participação do Clube 1.º de Maio de Figueiró nos campeonatos da Associação de Futebol do Porto uma rica experiência, mas também provocou situações de muito desconforto.

Verificámos que, nessa altura, os desportistas amadores do Porto faziam uma muito vaga ideia onde se situava Paços de Ferreira, e de Figueiró, então, não faziam ideia nenhuma. Então tivemos a gentileza de lhes enviar um mapa das estradas do Porto até cá, evitando, assim, que se “perdessem” pelo caminho.

Não me recordo de que nos tenham agradecido a gentileza, mas, também se diga em abono da verdade que viemos encontrar gente muito boa, com quem estabelecemos duradouras relações de amizade e estima, algumas que ainda hoje perduram.

Nas deslocações para a zona do Porto, a comitiva desportiva era transportada em autocarro alugado e era acompanhada por grupos de associados, que compartilhavam nos custos, que, como se recordarão, eram suportados por elementos que tinham “forçado” a filiação do clube na Associação.

Mas estas deslocações não tinham apenas fins desportivos, pois eram aproveitadas para agradáveis momentos de convívio entre atletas, técnicos, dirigentes e associados, momentos de convívio que tinham, invariavelmente, o seu ponto alto no Café Restaurante Maracanã em Água Longa, em que cada um pagava do seu bolso o que “mandava vir”.

Infelizmente, estes convívios vieram a terminar na época de 1991/1992, por exigência do sector técnico, que se opunha a esta “promiscuidade” entre atletas, associados e “copos” (sempre fiquei na dúvida se esta exigência se deveu, realmente a razões desportivas, ou se foi determinado por “forretice” própria…).

Deste período fica a admiração dos nossos atletas quando viam chegar ao nosso campo equipas uniformemente vestindo fatos de treino, dando ideia de uma organização superior àquela de que nós, naquele momento podíamos dispor.

E então quando integravam “um preto”?

Era certo e sabido (temiam eles) que iriamos ter muitos problemas para vencer o jogo… (se eles tinham aquela mais-valia…).  

Álvaro Neto

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