Por
Gazeta Paços de Ferreira

05/11/2020, 15:00 h

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O LAVRADOR (II)

Manuel Maia

Como disse, vou dedicar os próximos artigos aos LAVRADORES. Pessoas que nos merecem, por questões óbvias, os mais ternos elogios. Fá-lo-ei, na medida do possível, em poesia. A poesia, por ser a forma de expressão linguística em que se revela uma particular visão do mundo, apelando mais para o sentimento do que para a razão, é, por isso mesmo, considerada a linguagem dos deuses.

A vida do LAVRADOR toca-me de perto. O poema seguinte diz tudo.

SOU FILHO DE LAVRADOR

Sou filho de Lavrador,

Lavro a terra…e mais!

Lavro letras e palavras

Nas páginas dos jornais.

Meu arado é minha pena

Com ela me entrego à palavra

Como o Lavrador à freima

Da sua lavra.

Sou filho de Lavrador,

Dum pai que diz: “semente

É amor,

Quando não se mente!”

“Semente é uma palavra

Sinónimo de vida real…

É sémen apocopada

A sílaba final!”

Quem ouvir esta lição

Ouvir e compreender

Fica a saber, então,

Que “semente” é já um ser!

P.S. – Soube do falecimento do Bispo Emérito de Viana do Castelo, Dom José Augusto Pedreira. Um grande amigo. Teve a amabilidade de escrever o prólogo do meu livro DELINQUÊNCIA, em 1989. Um Homem de grande Saber, muito versado em Psicologia. Em próximo nº deste Jornal dedicar-lhe-ei circunstanciada reportagem. Para já fique com um grande abraço que não é de despedida, mas sim de profunda amizade e muita gratidão. Até sempre.

Manuel Maia

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