Por
Gazeta Paços de Ferreira

13/09/2025, 10:36 h

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Do Recorde aos Tostões Furados

Desporto Opinião Pedro Queirós

DESPORTO

Em cinco edições da Conference League, Portugal só esteve uma vez representado, com a participação do Vitória na época passada.

Por Pedro Queirós

 

Já nesta época, o Santa Clara tinha tudo para se apurar, mas foi eliminado pelo modesto Shamrock Rovers, da Irlanda.

 

Até pode passar em claro para a maioria, até porque não se trata de nenhum dos principais clubes, mas é um grave indicar do estado atual do futebol português: não há classe média. Num lado, estão FC Porto, Benfica, Sporting e SC Braga, presenças assíduas nas competições europeias e bastante ativos em investimentos no mercado de transferências. No outro lado, com as normais diferenças de estatuto, estão todos os outros. 

 

 

 

 

O FC Famalicão parece ter um projeto sólido e conta sempre com bons valores, jovens com boa margem de progressão que consegue vender para se financiar, mas ainda não conseguiu o apuramento para competições europeias. O Vitória, líder incontestado da luta contra a centralização do apoio a apenas três clubes, é o normal candidato à Europa. Na época passada, esteve quase perfeito na fase de grupos e conseguiu usar esse trajeto a seu favor: em Janeiro, bateu o recorde de transferências recebidas com um encaixe de 34 milhões de euros.

 

Investimento na equipa? Melhoria da qualidade? Passos dados no reforço do estatuto? Nada disso. O mercado de verão acabou e o Vitória está claramente pior. Saíram Tomás Handel e Tiago Silva, entre outros, sem que entrasse alguém à altura de quem saiu. Depois de uma decisão, também ela difícil de compreender, de despedir Luís Freire no final da última época, Luís Pinto chegou, certamente, com a ambição que o clube obriga, mas vê o seu trabalho sabotado. O Vitória usou jogadores nos primeiros jogos e depois viu-os sair por valores bastante abaixo do esperado e até a custo zero.

 

Como se sabe, o Vitória tem das massas adeptas mais apaixonadas do país e a revolta não vai tardar. O estado atual do Vitória deve alertar todos os responsáveis do futebol em Portugal. O fosso cada vez maior entre os grandes e os restantes não é benéfico em nenhum sentido e vai acabar por diminuir a qualidade geral do campeonato… aí os grandes também vão sofrer e talvez só assim se faça alguma coisa.

 

 

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