15/11/2023, 0:00 h
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OPINIÃO
OPINIÃO
1 - Sou muito cristão, mas pouco católico, apostólico romano. O que é que isto significa?
Simples: sou muito por dentro e pouco por fora. Conheço católicos, apostólicos romanos que vão à missa, e odeiam; vão comungar, e odeiam; vão confessar-se, mas não confessam que odeiam, por uma razão muito clara: precisam do ódio, como do ar que respiram, para se sentirem vivos. Se alguém me faz sentir um pouco católico, apostólico romano são estes dois últimos Papas: o Santo Padre João Paulo II e, agora, o Papa Francisco. Sobre este Papa, o Padre e Prof. Doutor Anselmo Borges disse: “O grande espanto do Papa Francisco é que é cristão, e a grande tarefa dele é ver se converte os cardeais a cristãos, os bispos a cristãos, os padres a cristãos e ver se 1.300 milhões de católicos se convertem a cristãos”.
2 – Neste momento ainda estamos a ser orientados, em muitos aspectos, pelo que ficou decidido no Concílio Ecuménico de Niceia, convocado pelo imperador romano, Constantino, em 325, séc. IV, d. C., onde, entre outras coisas, ficou definido o Credo que é a oração paradigmática do Cristianismo. Ora, esta oração merece ser revista, de modo a que todos, todos, todos a entendam. É urgente um novo concílio para actualizar os direitos e deveres dos cristãos no que concerne às mulheres. É preciso que se diga que “Adão e Eva” foi uma “estória” inventada, para que a mulher se sentisse, eternamente, subjugada ao homem. Ora isto pode servir a várias religiões. Não ao Cristianismo!
3 – Obviamente, para escrever estas coisas, li muito. Por exemplo, sabem como se chamava o Papa João VIII, eleito em 853 e presidiu aos destinos da Igreja católica, apostólica romana, até 855? Não sabem? Eu digo. Chamava-se Joana Anglicus, Papa populi, o Papa do povo. Pois bem, diz Vallet de Viriville: “Onde quer que encontreis uma lenda (estória), podeis estar certos de que, se fordes ao fundo do assunto, encontrareis uma história. A papisa Joana é uma das personagens mais fascinantes e extraordinárias da história do Ocidente – e uma das menos conhecidas”.
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4 – Considero verdadeiros Santos todos aqueles fiéis incógnitos que por amor à sua religião, o Cristianismo, se entregaram de corpo e alma, sem medo, porque intrinsecamente agarrados à sua fé inquebrantável, se submeteram aos desígnios de Deus, permitindo ser lançados nas arenas, submetendo-se ao suplício da voragem das feras esfomeadas, para alegria, satisfação e prazer do povo que só pedia “panem et circenses”, pão e circo (como ainda hoje se faz, quando se quer permanecer no Poder, eternamente!).
5 – Claro que muitas outras coisas me chocam e afastam do catolicismo, a principal das quais a Santa Inquisição que condenava à morte, na fogueira, todos aqueles que não professassem a religião cristã. E o mais chocante é que foi uma lei imposta, em Espanha, pela rainha dona Isabel e pelo rei dom Fernando, cognominados “Reis Católicos”. E aqui, em Portugal, por D. João III, cujo cognome era “O Piedoso”. Grande “catolicismo” o daqueles monarcas espanhóis, e grande “piedade” o deste nosso rei!!!
6 – Mas não preciso ir tão longe no tempo para duvidar do catolicismo de certas pessoas, mormente de certos padres. Assim, direi que sou incapaz de ir à missa de um padre pedófilo (para mim, o crime mais gravoso do nosso direito penal, incompreensivelmente olhado com muita benevolência pelos nossos tribunais). Não irei à missa dos padres que não sabem “ser”ou “estar” (como aquele padre a quem duas Sras. se dirigiram, pedindo que p.f. fosse lá a casa dar a “Extrema Unção” à sua mãe porque estava prestes a morrer. O padre disse que não era preciso porque essa mãe não tinha pecados. Como se houvesse neste mundo alguém que não os tenha! As Sras. insistiram, e o referido padre deu um pontapé numa pedra dizendo: sua mãe tem tantos pecados como esta pedra. Já desesperadas voltaram a insistir de forma veemente, e o padre, olhando o relógio, respondeu: não posso, estou atrasado para as aulas…
E assim, minha mãe partiu sem a Santa Unção.
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