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Gazeta Paços de Ferreira

21/12/2025, 0:00 h

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Habitação, a memória curta do Partido Socialista

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OPINIÃO POLÍTICA

O Partido Socialista fala hoje de habitação como se tivesse acabado de chegar à política.

Por Alexandre Costa (Presidente da Comissão Concelhia de Paços de Ferreira do Partido Social Democrata)

 

Como se não tivesse governado Portugal durante a última década. Como se não tivesse liderado, durante doze anos consecutivos, a Associação Nacional de Municípios Portugueses. Como se não tivesse tido a maioria das câmaras municipais do país sob a sua responsabilidade política.

 

Mas os números oficiais não acompanham essa narrativa.

 

Ao longo do período em que o Partido Socialista esteve à frente dos destinos do país, segundo dados do INE, Portugal registou níveis de construção de habitação nova claramente insuficientes para responder às necessidades das famílias. A oferta não acompanhou a procura, os constrangimentos acumularam-se e o problema da habitação agravou-se de forma evidente.

 

Durante vários anos, a construção manteve-se praticamente estagnada. Sem reformas estruturais no licenciamento. Sem políticas eficazes de incentivo à oferta. Sem mobilização consistente do solo público. Sem uma articulação eficaz entre o Estado central e as autarquias. Tudo isto num contexto político particularmente favorável ao Partido Socialista, com estabilidade governativa prolongada e domínio político da esmagadora maioria dos municípios. 

 

Mesmo assim, o problema não foi resolvido. Pelo contrário, agravou-se.

 

É por isso difícil aceitar, sem reagir, as críticas que hoje são feitas ao atual Governo do PSD, que está em funções há pouco mais de um ano e meio, como se fosse responsável por um problema estrutural que se foi acumulando ao longo de uma década.

 

 

 

 

Mais grave ainda é ouvir críticas vindas de antigos presidentes de câmara do Partido Socialista que, durante anos de mandato, não construíram uma única habitação pública nos seus municípios. Autarcas que tiveram instrumentos e tempo, e que hoje se apresentam indignados com um problema que ajudaram a criar ou, pelo menos, a não resolver.

 

A hipocrisia política começa exatamente aqui.

 

O Partido Socialista teve o país, teve os municípios, teve os instrumentos institucionais, teve o PRR e teve o tempo. Falhou. E falhou num dos pilares fundamentais da qualidade de vida das famílias portuguesas.

 

Criticar quem governa há pouco tempo é legítimo. Fazer de conta que não se teve responsabilidade quando se governou durante anos é desonesto. 

 

A crise da habitação não nasceu ontem. E quem governou durante uma década não pode agora fingir que acabou de a descobrir.

 

 

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