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Gazeta Paços de Ferreira

20/01/2023, 0:00 h

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História do Clube 1º de Maio de Figueiró | Os antecedentes (I)

Desporto Associativismo Associativismo Desportivo CRC 1º MAIO FIGUEIRÓ

“Biblioteca de Figueiró” - o primeiro nome que esta coletividade assumiu

 

O Clube Recreativo Cultural 1º de Maio do Figueiró é a mais prestigiada coletividade da freguesia de Figueiró e vai comemorar, como é sabido, no presente ano,o seu 50º aniversário.

 

Como associado, desde a primeira hora, e fundador, com dezenas de jovens da freguesia, da “Biblioteca de Figueiró” - o primeiro nome que esta coletividade assumiu - não poderia deixar de corresponder ao convite endereçado pelos colegas membros da Comissão Organizadora das Comemorações para elaborar algumas notas, que permitam aos atuais associados, e a todos aqueles que se interessam por estas matérias do associativismo, conhecer um pouco da história desta cinquentenária associação.

 

“Biblioteca de Figueiró” - o primeiro nome que esta coletividade assumiu

Começarei por fornecer algumas notas breves sobre a situação existente na freguesia, no início dos anos 60,que foi evoluindo ao longo da década, conhecendo uma significativa transformação, nos seus finais e inicio da década de 70, coincidindo com o surgimento de um grupo de jovens, do movimento católico, apoiados pelo pároco da freguesia, António Vieira, que viria a ter, aliás, um papel fundamental, anos mais tarde, quando se tornou necessário “proteger” o movimento associativo nascente, das arremetidas dos sectores conservadores e reacionários, que não viam com bons olhos a sua “atividade subsersiva”.

 

Padre António Vieira – papel fundamental

 

Antes do surgimento da Biblioteca de Figueiró /Clube 1º de Maio de Figueiró, os jovens desta terra já se entretinham com espaçadas/intermitentes atividades desportivas, culturais e recreativas, impulsionadas por personalidades locais, ou correspondendo a atividades laborais, relacionadas com a exploração agrícola e festividades locais, nomeadamente as festas a Nossa Senhora de Todo o Mundo.

 

Na área desportiva e teatral vinha-se destacando, nos anos 60, a figura incontornável de Luís Monteiro

 

Na área desportiva e teatral vinha-se destacando, nos anos 60 , a figura incontornável de Luís Monteiro, um marceneiro de profissão, que coordenava as partidas de futebol entre equipas das freguesias vizinhas, e fornecia

as camisolas e calções aos improvisados atletas (que pagavam cinco tostões para a sua lavagem).

 

À frente dos seus “músicos”, Luís Monteiro era um

espetáculo à parte

 

 

Além disso, Luís Monteiro era o Maestro de uma divertida Banda de Música, constituída pelos rapazes da terra,e que sopravam e “batiam” em toscos instrumentos de latas, ferros e madeira, vestiam fardas muito “vistosas” e garridas e que se movimentavam “criativamente (des)alinhados.

À frente dos seus “músicos”, Luís Monteiro era um espetáculo à parte, com a sua batuta, enérgica e de insondáveis movimentos, as suas barbas monumentais e um volumoso relógio despertador, que nunca se

deveria ter sentido tão infeliz pela sua inutilidade,como quando a Banda atuava nos leilões em Figueiró ou arrastava multidões na noite de segunda feira das Festas Sebastianas.

 

Dois improvisados campos de futebol: nas Albergadas e na Boavista

 

 

No plano desportivo, houve dois improvisados campos de futebol, primeiro nas Albergadas, onde se situa atualmente o Restaurante Tarasco, já nos limites com Carvalhosa, e depois na Boavista, em frente ao atual Café Montebar.

As atividades desportivas eram muito irregulares, as deslocações eram a pé e com o saco dos “equipamentos” às costas, as chuteiras eram ainda sonhos de meninos pobres, mas eram substituídas pelas botas ou sapatos de uso corrente (os mais afortunados que os tinham),ou mesmo pelos simples pés descalços, com enorme desgosto e muita ira descarregada em pancada

pelos pais, confrontados com inesperadas despesas de reparação das respetivas biqueiras.

 

A merecida homenagem a Luis Monteiro

 

Os responsáveis pelo CRC 1º de Maio de Figueiró entenderam, e muito bem, homenagear, há alguns anos, esta enorme figura do Luís Monteiro, colocando a sua fotografia, em primeiro lugar, na galeria dos seus presidentes,como seu ilustre antecessor.

Álvaro Neto

Publicado in Gazeta de Paços de Ferreira, 23 Janeiro 2020

 

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