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Gazeta Paços de Ferreira

07/09/2024, 0:00 h

357

Imperador Miguel

Opinião Ricardo Neto

OPINIÃO

"Não há como não comparar o governante madeirense com o imperador romano, Nero."

Por Ricardo Jorge Neto

OPINIÃO

 

 

Ao largo da ilha das Flores surgiram vinte perigosas embarcações de pesca da China, e rapidamente o Chega Açores lançou o medo e o pânico nas redes sociais! A independência de Portugal estava em causa!

 

 

E assim a Marinha Portuguesa e a Força Área lançaram-se ao Atlântico em busca dos invasores. Horas depois, chegou a notícia de que tudo fora um falso alarme. Os únicos barcos pesqueiros avistados foram os barcos de pesca portugueses sem recrutamento de imigrantes indonésios, ou seja, nenhum!

 

 

Naquele ponto do oceano apenas se encontrou paz e sossego, tão procurados nestes dias de férias.

 

 

Contudo, se nos Açores tudo não passou dum falso alarme, que apenas consumiu dinheiros públicos, na Madeira foram consumidas riquezas naturais e mais de 5000 hectares de floresta, o que se revelou uma chatice para o veraneante Miguel Albuquerque, perto de comemorar 10 anos à frente dos destinos da pérola do Atlântico.

 

 

E aqui não há como não comparar o governante madeirense com o imperador romano, Nero.

 

 

Há cerca de 1960, a cidade de Roma sofreu um violento incêndio, e contam as lendas que Nero, perto de comemorar 10 anos como líder máximo do Império Romano, foi visto a tocar violino, enquanto Roma era consumida pelas labaredas.

 

 

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Esta popular cena de loucura de Nero é em tudo similar à imagem de Miguel Albuquerque, que regressou à praia de Porto Santo, para retomar as suas férias, aproveitando mais uma bela tarde de sol, contrastando com o verdadeiro pânico e medo, das populações cercadas pelas chamas.

 

 

Ilustração de Onofre Varela

 

 

Porém tenho de repor alguma exactidão nesta comparação, porque na verdade Nero nunca tocou violino, e muito menos nessa noite, porque o instrumento foi inventado séculos depois, e tudo não passou de uma mentira propagada por uma espécie de ‘’Chega Roma’’ da altura…

 

 

Mas no caso de Miguel Albuquerque, ele de facto regressou à praia, enquanto a ilha ardia, isto é tão verdade, que se fosse mentira, nem estes mestres da mentira se lembrariam de inventar!
 

 

Certamente que ninguém espera que um governante pilote um avião canadair, nem tampouco segure numa agulheta, mas recorrendo à linguagem de romana, ‘’à mulher de César, não basta ser séria, tem que parecer’’, ou seja, o seu compromisso com o povo madeirense, e a preocupação com a sua segurança são muito difíceis de entender, quando se está deitado numa espreguiçadeira de praia, com um copo de poncha na mão, e debaixo duma sombrinha, porque afinal este Sol queima…

 

 

 

 

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