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Gazeta Paços de Ferreira

08/10/2025, 10:01 h

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O MAL está cá (II)

Cultura Manuel Maia Opinião

OPINIÃO

Quem escreve deve sentir-se impelido a formular ideias que visem o desenvolvimento da Humanidade. Promover a concórdia e não a discórdia.

Por Manuel Maia

 

A sociedade impõe-nos regras. Isto faz com que muitas vezes, o escritor seja incoerente com as ideias que defende. Já Augusto Conte, pai do Positivismo, nos dizia: - “Troco de opinião, mas não de princípios”. Nós, os “portugas”, numa linguagem mais comezinha, mais terra a terra, dizemos: - “Só os burros, não mudam de opinião”. E é bem verdade! Por vezes pensa-se e sente-se uma coisa, mas o imperativo social impõe-nos outra. A vida familiar e social é tão exigente, quão inflexível nos seus juízos de valores. E isto, uma vez entranhado na nossa mente, traumatiza. Vou dar um exemplo, que se passou comigo. No artigo saído a lume, neste Jornal, no dia 22/05/, num post-scriptum, disse que um freamundense me tinha enviado uma mensagem, via Facebook, que começava assim: - “Sou de Freamunde e conheço-te bem…” Como referi no artigo, nesse dia estava com muita pressa e só li estas poucas palavras da MGS. Ora, como, anteriormente, tinha escrito uns artigos em que dizia que nutria por Freamunde um sentimento de “amor/ódio”, expressão que outra coisa não significa senão “ciúmes” pelo muito que Freamunde tem, em termos de Instituições e Associações Culturais, comparado com Seroa, fiquei convencido que esse amigo freamundense me quisesse “dizer das boas!”. Mas não! Pelo contrário! Passado alguns dias recebi um telefonema desse amigo a dar-me os parabéns pelos meus escritos, e mais…! a chamar-me a atenção para o que estava legendado na escultura, ou se quisermos, pequeno monumento, dedicado aos Combatentes do Ultramar, instalado no PARQUE de SEROA. Não tinha lido. Mas por ser algo que me toca na pele, fui ler. E lá, está escrito o seguinte: “A Junta da freguesia de Seroa rende gratidão a todos os bravos Seroenses que serviram com honra, lealdade e bravura o nome de Portugal, em terras do Ultramar.  21de julho 2024.”

 

 

 

 

Acredito, sinceramente, que o Sr. Presidente da Junta tivesse as melhores intenções ao escrever o que escreveu. Eu, porém, e muitos como eu, dispensávamos aqueles substantivos/adjectivantes, sobretudo o termo “lealdade”. Porque, a pergunta impõe-se:

 

“Leal” a quem? Ao ditador Salazar? Saberá o Sr. Presidente da Junta de Seroa que se o “ditador” hoje fosse vivo, estaria no TPI (Tribunal Penal Internacional) a responder pelos mais de 20 mil mortos, estropiados e traumatizados, dessa guerra, como estão todos os ditadores?

 

Os tempos que se avizinham, para este tipo de situações nos conduzem! Basta reparar no que se passa por este mundo fora! As ditaduras aumentam, enquanto as democracias diminuem!

 

 

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