“O meu amigo cão, que ouça da janela”

OPINIÃO

Em pleno domingo à tarde, estava eu adoentada, e por isso deitada no sofá, ainda sem qualquer ideia sobre o que haveria de escrever para os meus estimados leitores.

Do nada, eis que o meu amigo cãozinho, vizinho do prédio em frente, começa a latir simplesmente  do nada.

Não sei se se lembram do texto que escrevi no início do ano passado, cujo título era “até para ser cão é preciso ter sorte” ? Pois é esse mesmo deu-me o sinal de que deveria escrever novamente sobre ele.

Sabem, caros leitores, é que, apesar de estarem 30º, um calor insuportável, o pobrezito lá estava no seu habitual lugar de “castigo”, de quando a família não está em casa, ou de noite, quando esta a dormir.

E perguntam: mas ninguém fez nada sobre este cão? – eu respondo: a Veterinária Municipal questionou este jornal sobre o assunto.

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Que eu tenha conhecimento, foram-lhe fornecidos todos os dados sobre o bicho, e até hoje nada deve ter sido feito, porque o cão continuou até agora com a sua triste sorte.

O pobrezinho deixou de ladrar, espreitei à janela, reparei que a família está em casa, então ele já pode ter as mordomias de frequentar o interior da casa, e agora é fruto da minha imaginação, claro, a brincar com as crianças da casa, digo eu, ou a dormir a sesta num sítio mais fresco, dentro de casa.

Eu continuo a achar que os animais vadios têm mais sorte que estes, que foram adotados e depois têm de se restringir a um espaço que lhes é imposto, quer chova quer faça sol.

Os vadios podem sempre procurar a sombra ou o abrigo e defender-se por eles próprios, mas essa é a minha opinião e opinião, se fosse boa, não se dava, vendia-se.

Mais uma vez eu apelo a uma adoção consciente. Não adotem animais só porque é bonito, para ficar bem na fotografia.

Se não têm condições de ter, deixem para alguém que lhes dê melhor sorte, ou que eles procurem a própria sorte.

Animal tem vida tal como gente, por favor respeitem isso.