13/09/2025, 11:21 h
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Opinião Opinião Politica Partido Comunista CRISTIANO RIBEIRO
OPINIÃO POLÍTICA
Por Cristiano Ribeiro (Médico e Militante do PCP)
Ouvimos todos os dias a palavra “sanção“ aplicada por políticos, jornalista e homens de rua. A palavra parece mágica, areolada por pretensões moralistas de justiça. O pretexto usado são os “direitos humanos”, a “liberdade”, o “terrorismo”, as “armas de destruição massiva”, os “direitos das minorias”, a “mudança de regime”. Nisso os EUA são patronos originais de toda a política que com armas e sanções visaram ao longo da História propositadamente agravar condições de vida de populações.
Ficaram isentos da estratégia das sanções, em vários períodos, (e et pour cause), países como a Arábia Saudita dos Saud, o Estado sionista de Israel, a Turquia invasora de Chipre, o nuclear Paquistão, a genocida Indonésia, ao contrário de Cuba, do Irão, da Venezuela, do Iraque, da Síria ou mais recentemente da Rússia.
Mas este estudo vai mais longe. Não são só as condições de vida, mas é a própria vida que está em causa. Diz o estudo científico da The Lancet que através do aumento da taxa de mortalidade se comprova que as sanções mataram mais do que as guerras, acima de meio milhão de pessoas ao ano, em média. Ouviram bem: mataram mais. E os grupos mais vulneráveis à política das sanções são os idosos e as crianças mais pequenas. E porquê? São os sistemas públicos de saúde afectados, são os impedimentos à importação de alimentos, serviços e outros bens essenciais, são restrições à atuação e organizações humanitárias, são as quebras de investimento, as limitações às transações financeiras.
Durante este período de uma Velha Ordem Internacional, em que os Estados Unidos da Américas e os seus servos da União Europeia dominaram, a diplomacia foi substituída pela lógica da canhoeira e do mando. Sucederam-se as proclamações sancionatórias, unilaterais, parciais, hipócritas, politicamente fundamentadas, ao serviço do Império e da gula pelos recursos naturais. E o direito à vida foi subalternizado.
Mas a Nova Ordem Internacional vai provavelmente colocar no limbo do esquecimento e do opróbrio quem matou, sabendo que matava, mesmo usando luvas de alpaca. Não mais assassinatos selectivos, não mais exercícios de poder ilimitado, não mais interferências. É por isso completamente ridículo ouvir falar em sanções úteis. Sejam a 18.ª ou a 19.ª …
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