17/01/2025, 0:00 h
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OPINIÃO
Por Celina Pereira
A busca por ambientes esteticamente mais agradáveis e com menor congestionamento tem levado muitas cidades a adotarem medidas como a implantação de ruas de sentido único e com largura reduzida, visando priorizar pedestres e ciclistas. No entanto, essa tendência, quando não devidamente planeada e analisada, pode gerar problemas sérios e colocar em risco a vida das pessoas.
Um dos principais desafios das ruas de sentido único com passagem para apenas um veículo é a dificuldade em dar passagem a veículos de emergência, como ambulâncias e bombeiros. Em situações de urgência, cada segundo é crucial, e a impossibilidade de realizar manobras para permitir a passagem dessas viaturas pode atrasar o atendimento e comprometer o socorro.
Por outro lado, os veículos maiores tais como os autocarros, para fazerem uma pequena manobra, não conseguem, porque ou a rua é estreita ou tem aqueles pinos nos passeios que os impede de circular.
A falta de espaço para manobras e a própria configuração das ruas, muitas vezes com estacionamentos nas proximidades ou a altura exacerbada dos passeios, restringem significativamente a mobilidade dos veículos de emergência. Essa situação torna-se ainda mais crítica em horários de pico ou em áreas com grande concentração de pessoas.
É importante ressaltar que a beleza urbana e a funcionalidade deveriam andar de mãos dadas. É possível sim, criar cidades mais agradáveis e seguras sem comprometer a mobilidade e o acesso aos serviços essenciais. No entanto, é fundamental que os projetos de urbanização sejam elaborados com base em estudos técnicos e com a participação da comunidade, a fim de identificar e minimizar os possíveis impactos negativos.
Em suma, querer a estética urbana não se pode sobrepor à necessidade de garantir a segurança e o bem-estar da população. É preciso encontrar um equilíbrio entre as duas, priorizando sempre a vida e a saúde das pessoas. A implantação de ruas de sentido único deve ser feita com cautela e acompanhada de medidas que garantam a fluidez do trânsito e o acesso rápido dos veículos de emergência.
É aqui que eu pergunto: será que as pessoas, que fazem estas estruturas, circulam nas estradas? Será que não vêem a realidade que estão a criar, e que um dia poderá tocar-lhes ser a próxima vítima?
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