23/06/2023, 0:00 h
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ESTÓRIAS SOBRE A HISTÓRIA DAS RELIGIÕES (I)
Começo por dizer que existem judeus em Portugal mesmo antes do Sec. XI. Portanto, antes da fundação da nossa nacionalidade.
Esta ocorreu em 1143. Quero dizer que se os judeus não tivessem sido expulsos do nosso País, no reinado de D. Manuel I, e com eles a sua religião, hoje, muitos de nós seríamos adeptos da Religião Judaica ou Judaísmo.
A história do Judaísmo confunde-se com a história dos judeus. Para entender a fé judaica, tem que se conhecer um pouco da história do povo judeu; é impossível separar as duas coisas: a Estória e a História.
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Há perto de 4 mil anos, na Mesopotâmia, região central da Ásia, um homem chamado Abraão acreditava num só deus, Yahweh, com o qual fez um contrato: se ele e os seus descendentes adorassem, única e exclusivamente, Yahweh, ser-lhes-ia dada a terra de Canaã, a Palestina e a Fenícia e eles seriam o Povo Escolhido de Deus.
Os descendentes de Abraão apossaram-se desta “Terra Prometida”, depois da sua saída do Egipto, cerca de 1200 anos antes de Cristo (a.C.).
O período festivo, por excelência, para os Judeus é a Páscoa que dura 8 dias e comemora precisamente a data em que Moisés, o grande profecta, guiou os Judeus para fora do Egipto, “Êxodo”, onde, estes em troca de comida, eram tratados como escravos às ordens dos faraós.
Moisés nunca pôs os pés em Israel. Morreu precisamente quando o seu povo estava a chegar lá. No decurso desta viagem recebeu de Deus as leis do judaísmo, os Dez Mandamentos, os quais devolveram os Judeus à sua verdadeira fé.
Os Judeus adoram, como já referi, um único Deus. Mas enquanto viveram no Egipto, como escravos, eram obrigados a idolatrarem o faraó e outros deuses egípcios.
O judaísmo espalhou-se por todo o mundo a partir da terra mãe, quando esta terra foi conquistada pelos romanos.
Em consequência da emigração para a Europa Ocidental e, depois da perseguição em países europeus, a fé judaica acompanhou os seus adeptos para lugares mais distantes, espalhando-se por todos os continentes, sobretudo EUA, Europa, África e Ásia.
Mas sempre mantiveram os seus costumes e religião, principal causa da sua expulsão de certos países. Eram considerados anticristãos porque não acreditam, como os cristãos acreditam, que Jesus é o Filho de Deus.
Em 1948 foi criado o Estado de Israel, que passou a ser a pátria oficial dos Judeus. As escrituras judaicas contam a “estória” da “Criação” segundo a qual Deus criou o mundo em seis dias. Aos primeiros seres humanos, Adão e Eva, foi oferecido o “Jardim do Paraíso”, para nele viverem. Um enviado do diabo apareceu sob a forma de serpente e tentou-os, levando-os a violarem as ordens de Deus. O seu acto separou-os de Deus e, por via disso, foram expulsos do paraíso.
Esta “estória” (repito, “estória” e não “história”) é comum às religiões cristã e judaica.
A Religião Judaica é praticada em Sinagogas, presididas por um Rabi (palavra que quer dizer “professor”). Nas sinagogas ortodoxas homens e mulheres não se sentam juntos e todas as cabeças estão cobertas, em sinal de respeito.
A religião judaica baseia-se em escrituras. São 24 livros. A “Tora”, escrita em hebreu, menciona todas as leis transmitidas por Deus a Moisés. Fica guardada num lugar sagrado existente na parede da sinagoga: a “ARCA”.
Li há dias num jornal que esta “ARCA” desapareceu, desconhecendo-se até à data qual o seu paradeiro.
Os intelectuais judeus estudam constantemente as escrituras, chegando por vezes a interpretações diferentes da lei judaica. Essas formas diversas de entender a lei originaram várias seitas de judaísmo.
Entre o pôr-do-sol de sexta-feira e o pôr-do-sol de sábado, é o “sabbath” judaico, o sétimo dia da semana. É um dia de descanso e oração.
Durante o “sabbath” os Judeus não devem trabalhar. Os judeus “ortodoxos”, são os que aceitam a totalidade das leis judaicas e as seguem estritamente.
Além dos “ortodoxos”, há os “reformadores”, os “liberais”, os “conservadores” e os judeus partidários do “hasidismo” (seita mística que se dedica em exclusivo à meditação e contemplação).
Estive em Israel o ano passado e foi-me concedido o privilégio de acompanhar de perto um destes grupos ortodoxos, tendo para o efeito colocado na cabeça o solidéu, pequeno barrete com que os ortodoxos “coroam” a cabeça.
Este solidéu, finda a cerimónia, foi-me oferecido pelo próprio Rabi. Guardo-o, religiosamente, como se de uma relíquia se tratasse.
Manuel Maia
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