16/11/2025, 0:00 h
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OPINIÃO
Por Joaquim António Leal
Assiste-se quase diariamente ao nascimento de bebés em ambulâncias, à porta de hospitais, nos transportes públicos, no meio da rua, porque as parturientes não encontram uma maternidade para dar à luz? Há uma explicação para tudo, e não, não é por acaso que acontecem estas bizarrias. Suponhamos que, no futuro, somos atingidos por um cataclismo, que não é possível deslocarmo-nos aos hospitais, como é que nos vamos desenrascar? A escolha desta diversidade de lugares para o nascimento das crianças e este forçar de pessoas sem conhecimentos médicos a intervirem no ato são ações programadas, tendo como objetivo treinar todo e qualquer cidadão para garantir o sucesso nos partos. Assim é que se previne e assegura o futuro: salvam-se os fortes e deixam-se cair os fracos, contribuindo para o processo de seleção (quase) natural das espécies.
Na mesma linha (glória à senhora ministra!), já foi transmitido aos hospitais (públicos, pois claro!) que devem reduzir as despesas em 2026. Vão ficar consultas e cirurgias por fazer? É a vida, meus senhores! Se morrerem mais uns quantos, não vem mal ao mundo por isso. Com um tiro matam-se logo dois coelhos (já estão a pensar no Passos, seus malandros?): baixa a despesa com a saúde e com as reformas simultaneamente, contribuindo, assim, para a sustentabilidade da Segurança Social. O que é preciso é ver a coisa pelo lado positivo, contanto que não embarque nenhum dos nossos.

O rigor orçamental é tudo isso. O dinheiro não estica e não dá para tudo o que se quer, bem se sabe. A massa para armamento é que tem de aumentar 25%, pois claro! É que um dia destes vêm os russos por aí abaixo e nós temos de estar preparados para nos defendermos. O que temos que lhes interessa? Então não sabem? As maiores jazidas de petróleo, de ouro e de terras raras, daquelas que se pensava que estavam quase todas na China, Rússia e Ucrânia, estão em Portugal. Afinal, aquele medo que me incutiam em criança de que os russos vinham aí para nos dominar e comer ao pequeno almoço vai concretizar-se agora.
Está certo, são opções absurdas. Mas sejamos justos: nem tudo vai mal por aqui.
(Última hora: os negócios da saúde nos hospitais privados continuam a florescer).
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