16/02/2022, 0:00 h
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Após a saída das alegadas ligações perigosas entre o juiz Bruno Paixão e o Benfica, surgiu na memória de muitos, o jogo da equipa B dos lisboetas frente ao Freamunde, na época 2015/2016.
Apesar das parcas hipóteses do Freamunde subir, que se resumiam ao combinar da vitória do Freamunde frente ao Benfica B, e esperar as derrotas de Portimonense e Feirense, o Freamunde manteve a esperança até ao fim.
Contudo, o Benfica B necessitava urgentemente de vencer para não cair de escalão.
Recordo-me bem desse sábado à tarde no Seixal, o jogo teve contornos bizarros, com Bruno Paixão a cometer vários erros, prejudicando os capões.
Mas a norte, o já promovido Chaves jogava pachorrentamente com o Feirense, parecendo que estavam a escutar o desenrolar dos acontecimentos na Póvoa de Varzim, onde o Portimonense também empatou.
Na minha modesta opinião, Bruno Paixão errou muito, mas um Benfica que se apresentou com Nélson Semedo (Wolverhampton), Rúben Dias (Man. City), Pêpê Rodrigues (Famalicão), João Carvalho (Olympiakos), Gonçalo Guedes (Valencia), Diogo Gonçalves (Benfica) e Luka Jovic (Real Madrid), nunca iria permitir que o Freamunde alcançasse o milagre, e mesmo que esta constelação de promessas estrelas falhasse, a partir de Chaves tudo parecia estar controlado.
Em suma, Bruno Paixão pode ter errado, mas nunca de forma a prejudicar o Freamunde, porque a sorte dos capões estava nas mãos de outros!
Mas se nesta tarde no Seixal, Bruno Paixão desafinou no apito, a memória obriga-me a recuar para uma outra tarde, há 22 anos atrás.
O juiz setubalense subira à primeira categoria, em 1999, e nesse primeiro ano, viveu dias de grande sofrimento e lamento.
Nessa época, Freamunde e Paços de Ferreira militavam na Segunda Liga, e o primeiro encontro de Bruno Paixão com uma equipa do concelho aconteceu em novembro de 1999, com o Varzim a vencer na Mata Real o Paços de Ferreira, com contestação dos pacenses.
A coisa passou, mas quis a sorte ou o azar, que o mesmo juiz voltasse ao concelho para ajuizar um Freamunde-Paços de Ferreira.
Estávamos a 13 de fevereiro de 2000, e com 20 jornadas completadas, os dois emblemas do concelho, ocupavam o 11º e 12º lugares, com os castores com mais 4 pontos que os capões.
Jogo tenso, dum lado o jovem treinador Carlos Carvalhal e do outro, o jovem treinador José Mota.
Num jogo muito intenso, Bruno Paixão quis ser protagonista, expulsando sem justificação o avançado Armando do Freamunde, e depois, quando todos esperavam o empate a zero, e para além dos minutos adicionais, Bruno Paixão tira da cartola uma grande penalidade para o Paços de Ferreira, o que viria a incendiar as bancadas do lado azul.
O Paços de Ferreira venceu, arrumou a malas e seguiu em frente com 7 pontos de distância para o Freamunde, o que lhes deu um grande alento para o resto do campeonato, culminando na subida de divisão!...
Mas Bruno Paixão não teve a mesma sorte, este ficou no estádio até às 20h00, donde apenas saiu sob escolta policial, perante a fúria dos Freamundenses.
O momento da altura foi amplamente falado, mas o Conselho de Arbitragem manteve a confiança no juiz.
No fim-de-semana seguinte, o juiz acabaria prendado com o jogo entre SC Campomaiorense e o líder da Primeira Liga, FC Porto.
Nova polémica, após uma agressão que ficou famosa e incólume, de Jorge Soares ao actual residente da TVI, Mário Jardel.
Após perder o desafio, o treinador azul na altura, hoje seleccionador nacional, Fernando Santos disse o seguinte:
"Como sabem, respeito toda a gente e não é a pessoa que está em causa. Mas, depois dos problemas no Freamunde-Paços de Ferreira, em que [Bruno Paixão] esteve 2h30 sem poder sair do estádio, e uma semana depois vai apitar um jogo da I Liga em que intervém o primeiro classificado... é como alguém que tem tendências suicidas e lhe dão uma pistola.’’
Na semana seguinte Bruno Paixão ficou em repouso…
Ricardo Jorge Neto
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