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Gazeta Paços de Ferreira

15/06/2025, 0:00 h

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Penas brandas

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OPINIÃO

"Embora Portugal tenha avançado na legislação e na sensibilização social, as críticas internacionais lembram que ainda há um longo caminho a percorrer para que a justiça seja realmente eficaz no combate à violência doméstica."

Por Teresa Paula Costa (Membro da Comissão Política Concelhia de Paços de Ferreira do PSD)

 

A violência doméstica é uma grave violação dos direitos humanos que afecta milhões de pessoas em todo o mundo. Este problema, que envolve abuso físico, psicológico, sexual ou econômico dentro do ambiente familiar, exige uma resposta firme e eficaz por parte das instituições e da sociedade. 

 

A Convenção de Istambul, adoptada pelo Conselho da Europa em 2011, representa um marco importante na luta contra a violência de género, estabelecendo padrões para a prevenção, protecção das vítimas e punição dos agressores. Portugal, signatário da convenção, compromete-se a implementar medidas que garantam a segurança e os direitos das vítimas, promovendo uma abordagem integrada e multidisciplinar.

 

No entanto, nos últimos tempos, têm surgido críticas e preocupações internacionais acerca da efectividade das acções do sistema de justiça português no combate à violência doméstica. Recentemente, a opinião da União Europeia manifestou-se de forma clara, apontando que as medidas adoptadas por Portugal, muitas vezes, são consideradas brandas ou insuficientes para garantir uma protecção adequada às vítimas. 

 

 

 

 

Segundo relatórios e declarações de órgãos europeus, há uma percepção de que o sistema judicial português ainda apresenta dificuldades na aplicação de penas mais severas aos agressores, além de uma lentidão nos processos e uma insuficiente articulação entre as diferentes entidades envolvidas na protecção às vítimas.

 

Essa postura da União Europeia reflecte uma preocupação com a necessidade de fortalecer as políticas públicas e as legislações existentes. Medidas brandas, como penas leves, recursos limitados às vítimas ou a falta de acompanhamento adequado, podem contribuir para um ciclo de violência infinito e para a sensação de impunidade. Há necessidade de uma maior sensibilização social, formação de profissionais e campanhas de prevenção que possam actuar na raiz do problema.

 

A Convenção de Istambul reforça a importância de uma resposta firme e coordenada, incluindo a implementação de ordens de protecção eficazes e a garantia de que as vítimas tenham acesso a apoio psicológico e jurídico. Portugal, como signatário, deve garantir que as medidas adoptadas sejam realmente eficazes e que os agressores sejam responsabilizados de forma adequada.

 

Embora Portugal tenha avançado na legislação e na sensibilização social, as críticas internacionais lembram que ainda há um longo caminho a percorrer para que a justiça seja realmente eficaz no combate à violência doméstica.

 

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