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Gazeta Paços de Ferreira

20/10/2025, 0:00 h

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A Bolsa de Valores – parte III

Economia Opinião

LITERACIA FINANCEIRA

Nos artigos anteriores dissemos que, tal como em tudo na vida, há riscos ao usar a Bolsa. Nos investimentos em Bolsa, há mesmo a possibilidade de perda total do capital.

Por Raquel C. Silva (Economista)

 

Assim, uma boa maneira de diminuir os riscos dos investimentos na Bolsa (depois de todos os passos mencionados anteriormente nos 2 primeiros artigos sobre a Bolsa), pode ser não começar com investimentos avultados. 

 

Muitas correctoras permitem hoje inclusivamente a compra de acções fracionadas, ou seja, comprar apenas parte de uma acção em vez da acção inteira. Com €10 já se pode investir na Bolsa. Depois, à medida que vai aumentando o seu conhecimento (sobre o funcionamento da Bolsa e sobre aquela empresa e sector em particular) pode decidir aumentar o investimento naquela acção, ou até, por outro lado, decidir não investir mais naquela empresa/acção e vender a acção (ou a parte dela) que possui.

 

Por falar em vender… Vamos falar de mentalidade. Uma mentalidade forte por parte do investidor é importantíssima. Como assim? Conforme já explicado, os preços vão sofrendo oscilações. Vai haver (a questão não é “se”, é “quando”) alturas em que algumas acções (ou todas elas) vão estar no vermelho. 

 

Vamos voltar ao período do início da Covid-19: a Bolsa de Valores afundou-se completamente no vermelho; todas as acções caíram vertiginosamente. Será que isso significa que empresas como Microsoft, Amazon, Meta (Facebook), entre outras, perderam repentinamente o seu valor? Claro que não. 

 

Se o investidor fez o seu “trabalho de casa” e estudou minimamente estas empresas, saberia que as suas qualidades não tinham desaparecido. A sua queda não se deu por algo interno e muito menos expectável (não foi má gestão, não foram negócios mal-sucedidos, não foi mau marketing). Foi algo externo a todas elas e fora do controlo de todas: uma pandemia. 

 

Numa altura dessas, quem tivesse investido nessas empresas teria uma única coisa a fazer: esperar. Mais tarde ou mais cedo, a pandemia iria abrandar ou acabar, e estas empresas voltariam a valorizar e a ser comercializadas a um preço aproximado do seu justo-valor.

 

 

 

 

Quem, por outro lado, entrasse em pânico e vendesse tudo, talvez com medo que as acções ainda caíssem mais, teve perdas que podem ter sido avultadíssimas. Daí a importância da mentalidade forte; de saber que, se avaliámos bem as empresas, não deve ser um vermelho temporário que nos deve fazer duvidar.

 

Como diz Warren Buffet: "Seja ganancioso quando os outros têm medo, e tenha medo quando os outros são gananciosos". Esta frase reflete a estratégia deste conhecido investidor, contrária ao sentimento do mercado. 

 

Basicamente, ele sugere que os investidores devem procurar oportunidades de compra quando o mercado está em pânico, e serem cautelosos quando o mercado está eufórico. Buffett acredita que momentos de pânico no mercado, onde os investidores vendem as suas acções por medo, podem criar ótimas oportunidades de compra a preços mais baixos. 

 

Quando todos estão a vender, ele procura comprar acções de empresas sólidas (tal como as mencionadas acima) que acredita terem potencial de longo prazo. Por outro lado, quando o mercado está excessivamente optimista e a ganância se apodera dos investidores, Buffett tende a ser mais cauteloso. Nesses momentos, os preços podem estar inflacionados e o risco de perdas é maior. 

 

Em resumo, a ideia é focar no valor: analisar o valor intrínseco das empresas e não se deixar levar pela emoção do mercado. Essa abordagem de investimento, embora desafiadora, pode levar a grandes retornos a longo prazo, pois permite por um lado encontrar “saldos” (comprar bons activos a preços mais baixos) e por outro vender quando o mercado está mais optimista, podendo assim transacionar com lucro.

 

 

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