30/04/2023, 0:00 h
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OPINIÃO
Este é o último artº desta série. Eis, pois, uma súmula do que que foi tratado.
Nesta série centrei-me em dois pólos: a Inteligência Emocional (I.E.) e a Inteligência Racional (I.R.). Deixei de lado a Inteligência Artificial (I.A.)
. Esta baseia-se nas novas tecnologias, tais como: cibernética, robótica, informática, computorização e outras “teorias da informação” as quais, por mais que eu pretenda, não consigo atingir (atingir, aqui, no sentido de actualizar, tal é a sua constante mutação, avanço e renovação. O pouco que sei hoje, acerca desta Inteligência, sei que amanhã estarei ultrapassado.
Refiro isso no último Artº quando afirmo que “as novas tecnologias surgem a uma velocidade tal que o passo lento da evolução humana, de facto, não pode acompanhar”). Por isso pus esta Inteligência de lado.
Enquanto a I.E. e a I.R. são milenares, esta, a Inteligência Artificial tem pouco mais de 50 anos. Por isso dela se pode dizer que ainda está a dar os primeiros passos. É uma criança, e ninguém poderá dizer, com total segurança, se se trata de uma criança perversa ou decente; maléfica ou benéfica; danosa ou bondosa….
No dia em que escrevo esta crónica fiquei a saber que a Nato foi alvo de um ciberataque, ou seja, de um ataque informático, tendo sido posto a circular todos os planos, altamente confidenciais, com destaque para a estratégia a usar pela Ucránia na guerra contra a Rússia.
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Daqui se deduz que se hoje ainda é o ser-humano que domina esta ciência… (ciência que estuda os mecanismos de comunicação, via internet...) amanhã o mesmo ser-humano será escravo desta ciência. Como já vem acontecendo.
Um dia (dia que durou dias, semanas, meses) fui massacrado pelo meu irmão com a ideia de que eu precisava de “Educar-a-Minha-Força-de-Vontade”. Eu sabia lá o que isto queria dizer! Estava na adolescência. Então, ele, com muita paciência, lá foi explicando: se te apetece fazer uma coisa, não faças, faz o seu contrário. Por exemplo, se te apetece tomar banho em água quente, não tomes, toma em água fria. Se te apetece ir jogar à bola, não vás, vai estudar….
Hoje, eu, prestes a cair de maduro, reconheço a utilidade dos seus conselhos. Eles fundamentavam-se na “literacia emocional”. Esta ensina-nos a “educar as nossas emoções”. Educar a nossa “força de vontade” nada mais é do que gerir a nossa vida emocional com inteligência. As nossas paixões, quando bem geridas, têm sabedoria. Guiam o nosso pensamento, os nossos valores, a nossa sobrevivência. Mas, se não estivermos muito atentos, podem facilmente descambar, desgovernar-se, e fazem-no com frequência. É isto que é preciso ser dito às crianças, nas escolas, para evitar vícios perniciosos. Qualquer Psicólogo sabe como dizer estas coisas numa linguagem simples e inteligível por qualquer criança.
Vou terminar esta série com mais um poema que dediquei a Fernando Pessoa. E porquê terminar assim?
Porque vejo na poesia, tal como na música, na dança, na arquitectura, na escultura, na pintura, no cinema, na banda desenhada, ou qualquer outra Arte, a Inteligência Emocional à flor da pele e em acção, e porque sei que Fernando Pessoa geriu esta Emoção com Inteligência, (vide: “MENSAGEM”) daqui esta minha reverência ao grande Mestre. O poema chama-se: “MAS QUE ABISMO PARADOXAL” e começa assim (em letra corrida por causa da falta de espaço):
“Mas que abismo paradoxal / este paradoxo abismal / de falares Português / para portugueses / que nada entendem!.../ Onde estará o mal?! / No teu Português / ou nos teus portugueses? / Em ambos, em todos ou só em mim?! / Em ninguém, talvez…/ A dúvida paira no ar / porque não sei / se para a Cultura há um limite. / Parece que sim, parece que sim! / E parece também, que a Poesia / é só para uma determinada elite! / Mestre, tu que nos dizes / que é legítima as intervenções da Inteligência / em todas as Criações / poéticas…/ deverias dizer mais: / que todo o leitor dos teus poemas / terá que fazer exigência / às suas capacidades intelectuais!
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