Por
Gazeta Paços de Ferreira

19/06/2025, 9:37 h

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Os pacíficos milhões para a guerra

Destaque Editorial Álvaro Neto

EDITORIAL

O Governo vai aumentar significativamente os gastos com a Defesa para 2% do PIB, sem que se venha verificando grande contestação quer no Parlamento quer nas ruas.

Por Álvaro Neto (Diretor da Gazeta de Paços de Ferreira)

 

São os custos da pertença do país às instituições europeias e da NATO, que põem e dispõem da nossa soberania, sem que as instâncias nacionais sejam ouvidas ou achadas, e onde os portugueses que a elas pertencem se limitam a abanar com a cabeça em conformidade.

 

Para estas despesas já não é apresentada a “justificação” de que não há dinheiro, de que os recursos são limitados, que “não se pode dar tudo a todos.

 

Assim, os governantes que vêm impedindo a me­lhoria das con­di­ções de vida dos mi­li­tares e a digni­fi­cação das pró­prias Forças Ar­madas “vergam-se”, respeitosamente, e aceitam gastar, este ano, centenas de milhões de euros em des­pesas or­de­nadas pelos EUA, a UE e a NATO.

 

Quando eles querem, quando isso in­te­ressa ao sistema político do grande Capital, o di­nheiro aparece logo.

 

Esta aceitação pacífica tem vindo a ser preparada há muito, segundo as boas regras da propaganda, já que poderia encontrar dificuldades quando muitos trabalhadores vivem em dificuldades com baixos salários, no atendimento pelos serviços de saúde, na carência de habitação; os pensionistas com baixas prestações, os jovens são forçados a emigrar.

 

Na verdade, este anúncio de destino de mi­lhares de mi­lhões para a pro­moção da guerra só é possível de aceitar, porque, ao longo de anos, os meios de co­mu­ni­cação social, detidos e ao serviço do Ca­pital, se encarregaram de espalhar o medo perante um inimigo da Europa (a Rússia), com horas e horas de no­tí­cias, co­men­tários e do­cu­men­tários.

 

(É claro que não lhes compete explicar, nem nisso estão naturalmente interessados, que todo esse empenho da UE, NATO e EUA, visa, sobretudo, canalizar esses milhões de euros para as fábricas de armamento militar americanas).

 

Por último, o Governo também não encontra especiais dificuldades políticas no Parlamento, já que as formações parlamentares dominantes – Partido Socialista e Chega – alinham no mesmo sentido.

 

 

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